terça-feira, 9 de novembro de 2010

Na marca do Pênalti



Como você já deve saber, eu sou um amante de futebol.
Até os 16 anos, passei minha vida correndo atrás de uma bola, e como todo bom muleque brasileiro, eu sonhava em ser um grande jogador.
Durante um tempo eu posso afirmar que eu realmente tinha um bom futebol, e o sonho parecia estar próximo de ser alcançado.
Os momentos mais felizes que passava em minha vida estavam resumidos entre as quatro linhas, e ali eu vivia um grande misto de sentimentos. Um dia o futebol me dava uma alegria inexorável, já em outro, uma tristeza devastadora.
O ápice da minha alegria se dava no momento do gol!!! Não existiam palavras que podiam expressar um momento tão sublime!
O tempo passou e junto com ele o meu sonho de ser um jogador de futebol!
Houve um momento em minha vida que eu conheci a Cristo. Desde cedo fazia parte do hall de membros da igreja terrestre, mas estava fora do hall de membros da igreja celestial.
Pela graça de Deus foi resgatado, e comecei a levar muito a serio o meu compromisso com Jesus. Entre altos e baixos, conquistas e decepções, fui sentindo um forte desejo de me tornar um pregador do evangelho!
No começo tudo era muito louco, e eu lutava contra aqueles pensamentos de ser “um pregador”, um pastor!
O tempo passou, e hoje estou aqui, finalizando o 3º ano do seminário! Amanhã tenho prova de Teologia Sistemática!
Isso tudo me faz lembrar de uma letra do CPM22 “O MUNDO DÁ VOLTAS”!
Talvez você esteja pensando... “IDAI?”
E eu te respondo:
- Hoje encaro o púlpito como um pênalti na final da COPA DO MUNDO. Para chegar ali, é necessário muito esforço, treino pesado, e aquela é a hora da verdade!
Assim como antes o gol era o momento mais alto da minha alegria, hoje transmito essa alegria para o púlpito!
Nada pode ser mais lindo e satisfatório do que pregar a Palavra de Deus, mas assim como alegria, o púlpito pode me trazer muita tristeza!
Assim como derrota em um torneio tinha o poder de me deixar altamente frustrado, hoje uma pregação mal sucedida é capaz de me deixar profundamente angustiado!
O sentimento é indescritível. É o peso de não ter conseguido transmitir a Palavra de Deus às pessoas que sentaram para ouvir o que Deus tinha para elas.
Esses dias aconteceu isso comigo, sai de uma pregação totalmente frustrado! A vontade era de nunca mais pegar em uma Bíblia e em um microfone para falar das coisas concernentes ao Reino de Deus!
Mais tarde, fazendo essas comparações doidas em minha cabeça, me comparei ao Roberto Baggio quando errou o Pênalti na final da COPA DO MUNDO DE 94!
Pensando, pensando... Remoendo, remoendo, veio uma luz em minha cabeça, e algo me dizia bem assim:
- Dani, naquele momento você é quem estava na frente das “câmeras”... Era o seu corpo que as pessoas viam, mas era a minha voz que elas ouviam!!!
- Dani, você estava na marca do Pênalti, mas quem o cobra sou Eu, e quem faz os gols nos corações sou Eu... Quanto a você, só te cabe pregar o evangelho, mas a obra é minha!
Meu... isso me confortou muito, e me fez descansar nesta verdade! Eu sou apenas alguém que tem o privilégio de participar da obra, mas esta obra não é minha, é Dele, e sendo Dele, Ele a faz como quiser!
Isso tudo para você talvez não tenha o menor sentido, mas se você é um pregador´a´ ou ainda será... Lembre-se disso:
Nós devemos amar a pregação!!! Devemos nos esforçar ao máximo com nossa exegese e hermenêutica!!! Devemos ler nossos comentários e utilizar todas as ferramentas que tivermos para retermos o melhor do texto!!! Mas quem faz o gol, não somos nós!!!
Quanto a nós, nos cabe: Pregar o evangelho!
Deus te abençoe!
Daniel M. Coelho